Aqueles que dançam são considerados loucos pelos que não conseguem ouvir a canção

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ego e egoísmo


Quando eu disse que faria uma pequena série sobre o egoísmo humano, seria como um tapa buraco para as postagens, mas me empolguei e supri em um dia as postagens com os tópicos correspondentes. Mas esse é um tema que exige nossa atenção, e antes de falar pessoalmente sobre isso vou deixar duas histórias marcantes sobre o tema.

o rei de Bagdá costumava dar uma volta pela cidade em seu belo cavalo, só para ver como estavam as coisas — é claro que ele ia disfarçado, e não como rei —, assim ele podia ver como era a realidade. Se ele fosse como rei, então ele veria apenas o que era bonito e a ele não seria mostrada a face verdadeira das coisas — ele veria somente a máscara.
Todos os dias ele via um homem, um homem muito velho, talvez com mais de cem anos, trabalhando no jardim, plantando mudas, mas essas mudas não eram de plantas ornamentais. Se fossem flores ornamentais não haveria nenhum problema. Mas eram mudas de cedros do Líbano, que crescem trinta metros, sessenta metros de altura, quase tocando as estrelas, e eles levam centenas de anos para atingir essa altura. Eles vivem mil anos, dois mil anos, três mil anos e são umas das árvores mais bonitas.
O rei ficou perplexo porque aquele velho, que estava com cem anos, não poderia nem mesmo ter esperança de ver a próxima primavera. Suas mãos estavam tremendo, ele era tão frágil, a qualquer momento a morte poderia levá-lo embora. E por que ele estava plantando aqueles cedros? Ele não os veria crescer, não os veria chegar à fase adulta, não veria a beleza deles quando eles começassem a tocar as estrelas.
Por fim, foi impossível para o rei a resistir à tentação. Um dia ele parou seu cavalo, foi em diração ao velho e disse: "Eu não deveria interferir em seu trabalho, mas eu não posso resistir à tentação."
O velho respondeu: "Não há nada com que se preocupar, meu filho. Você pode perguntar o que quiser."
O rei disse: "A minha pergunta é: você nunca será capaz de ver essas árvores tornarem-se adultas, você terá ido muito antes disso ...."
O velho falou: "Isso é verdade."
O rei disse: "Você sabe que é verdade e ainda assim você continua fazendo isso?"
O velho disse: "Se meus antepassados não tivessem plantado as sementes — basta ver do outro lado do meu jardim os altos cedros Líbano — eu nunca os teria visto. Se os meus antepassados não tivessem sido tão generosos com as crianças que ainda não conheciam, que ainda estavam por vir, que seriam os visitantes, que seriam os hóspedes.... Ainda assim eles trabalharam duro e criaram essas árvores monumentais. Olhando essas árvores eu reuni coragem e trabalhei duro, porque certamente eu não verei o belo crescimento, mas alguém verá. Meus netos, ou talvez até mesmo os filhos deles, poderão ver quando elas chegarem a sua glória plena. É o suficiente para que eu não seja desleal com meus antepassados. Se eles puderam confiar no futuro, no hóspede desconhecido, eu também posso confiar. "

A Segunda história é atribuída a Sidartha Gautama (O Buda): "Uma família estava fazendo uma peregrinação, era o pai a mãe e o filho. Eles caminharam longamente até que encontraram um deserto, e souberam que seria um deserto bem grande onde teriam poucos recursos. Analizando a situação chegaram a conclusão de que poderiam atravessar o deserto mais tranquilamente se matassem o filho e o comessem durante a viagem. E assim o fizeram, e puderam atravessar o deserto."

Sim, a segunda história é horrível. Mas ele queria realmente chocar as pessoas com essa parábola. Nas duas temos a mesma moral, de que as futuras gerações sofrerão as consequências de nossos atos, boas ou ruins (sendo mais subjetiva na segunda parábola). Em outro post discuto mais essa história.

Um comentário:

  1. Se as pessoas entendessem que atos muito pequenos podem ser catalisadores de verdadeiras catastrofes futuras, muuita coisa mudaria no mundo... efeito borboleta... muito bom o post, tio! Muito bom mesmo! Teh mais!

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